PECUÁRIA | 22/11/2016 às 00h00

Pecuária sustentável reduz emissão de gás metano com a intensificação

Quando o assunto é pecuária de corte, uma das maiores críticas ambientais é a emissão de metano. Apesar disso, o setor produtivo avançou consideravelmente em relação às práticas sustentáveis. Este  interesse em diminuir os efeitos do metano produzido pela atividade tem feito com que muitas instituições dediquem-se a pesquisas sobre o tema. A EMBRAPA, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, é uma delas. O doutor em Nutrição Animal, Sérgio Raposo Medeiros, da EMBRAPA Gado de Corte, explica que uma das alternativas para reduzir a emissão é intensificar a produção pecuária.

“Para que isso aconteça é preciso que o criador de gado fique atento a três pontos, que eu considero os principais: pastagens bem manejadas, evitando o superpastejo, estrutura de cocho adequada, permitindo que os animais ingiram quantidade equivalente de alimento e, por fim, a suplementação estratégica, adequada para cada período do ano” complementa o pesquisador.

Dados de 5 exemplos de produção melhoradas, acompanhadas pela EMBRAPA, mostram que, em 80% dos casos monitorados, o investimento em melhorias teve resultado compensatório em produtividade e lucratividade. “Esses investimentos referem-se, principalmente à assistência técnica, que no final representa menos de 1% do total, além de melhorias nas estruturas e reposição de nutrientes do solo”, complementou.

Entre os resultados obtidos com o investimento estão: a redução da idade média de abate, melhorando a qualidade do produto e a redução dos impactos ambientais. “ É possível em alguns casos, produzir o dobro de carne, sem duplicar o rebanho, o que significa que a proporção de quilos de metano produzido por quilo de carne será reduzida”, afirmou o especialista. 

Os dados foram apresentados na palestra “Intensificar na Pecuária, compensa?” realizada no Sindicato rural de Campo Grande, nesta segunda-feira (21). Participaram cerca de duzentas pessoas entre produtores, estudantes e autoridades do setor que lotaram o auditório.

O secretário de Estado de Produção e Agricultura Familiar, Fernando Lamas, participou do evento. Segunso ele, “A sustentabilidade passa, invariavelmente, pela intensificação e pela integração da produção”.

O presidente do Sindicato Rural de Campo Grande, Ruy Fachini Filho, afirmou que a intensificação é necessária, mas para que ela aconteça é preciso uma contrapartida do poder público. “No momento em que o produtor vai intensificar ele precisa de uma linha de crédito. E esse é um fator que dificulta, porque muitas vezes ela não é acessível ao produtor. Tanto pela burocracia quanto pelos juros altos”, afirmou Ruy.

PREPARANDO PARA A INTEGRAÇÃO

A Embrapa Gado de Corte oferece, a partir do dia 28, curso de ILPF. Conceitos, projetos, técnicas e resultados de sistemas de integração serão apresentados no 4º Curso de Integração, que já está com as inscrições abertas e será realizado de 28 a 30 de novembro, em Campo Grande, MS.

São cem vagas destinadas a profissionais das ciências agrárias de empresas públicas e privadas de assistência técnica e extensão rural, estudantes de pós-graduação e do último ano de graduação das ciências agrárias, bolsistas e estagiários da Embrapa Gado de Corte.

 

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