DIVERSOS | 13/12/2018 às 13h46

Diretor executivo da Assocon Bruno Jesus fala sobre antimicrobianos em entrevista para o SRCG

Resistência aos antimicrobianos, por que isso importa ao pecuarista?

Esta foi a palestra ministrada no Sindicato Rural de Campo Grande, pelo diretor executivo da Associação Nacional da Pecuária Intensiva (Assocon), o zootecnista, Bruno de Jesus Andrade. Confira a entrevista sobre o tema:


O que são os antimicrobianos?


Antimicrobianos são substâncias produzidas por microrganismos como: bactérias, fungos ou até mesmo produzido em laboratórios. São utilizados para controle de outros tipos de microrganismos (os patogênicos), que causam doenças ou problemas na saúde animal ou humana.  Normalmente conhecemos mais o termo antibiótico, que é um tipo de antimicrobiano, produzido por outros microrganismos, como a penicilina. Então, todo antibiótico é um antimicrobiano.

São capazes de impactar o mercado internacional da proteína?


Os principais mercados que compram os nossos produtos, têm hoje algum tipo de restrição em relação ao uso de antimicrobianos para melhorar a produtividade animal, eles utilizam somente para fins terapêuticos, quando o animal tem alguma doença.
Aqui no Brasil utilizamos quando a animal está doente, para prevenção, para fins profiláticos e metafilaticos, ou também para que o animal melhore seu desempenho na fazenda.       
A União Europeia que é um dos nossos principais mercados, e não aceita que os fornecedores utilizem os antimicrobianos como melhoradores de desempenho, então este tem sido o principal desafio: conscientizar os clientes que temos utilizados os produtores de maneira correta, na dosagem correta, respeitando o prazo de carência e o produto apropriado.

Quem responde pela regulamentação?

O Ministério da Agricultura é quem faz o registro desses produtos. É claro que o plano nacional de controle antimicrobiano, visa aumentar a restrição e melhorar o controle no uso desses produtos.

O que é a Aliança e como é seu trabalho?

A Aliança é um grupo multidisciplinar, formado por empresas farmacêuticas, de nutrição animal e entidades de representação de produtores de gado de corte, peixe, suínos e aves. A ideia deste grupo é basicamente, articular entre os membros de todas as cadeias de proteína animal, o uso racional de antimicrobianos, passar para os nossos produtores e indústrias a forma correta, dosagem correta e capacitação do pessoal. E como a gente se prepara para que a indústria farmacêutica possa produzir novas moléculas e abastecer o mercado com novos produtos, porque a gente sabe que a resistência é um negócio que vai continuar existindo, sempre vai existir! É provável que produtos que hoje são eficazes, daqui 50 a 100 anos, não sejam mais, por isso é necessário que a indústria sempre esteja pesquisando e trazendo novos produtos. Então a ideia de reunir todos no grupo é conscientizar os produtores de como utilizar os antimicrobianos, e as empresas através da academia, articular e desenvolver novos produtos.
São 12 fundadores e cada instituição tem vários produtores e diversas empresas. Os membros são: ABPA, Assocon, Sindirações, SINDAN, Abiquif, Alanaq, PEIXE BR, ABCS, Abag, CNA, ABIEC e Viva Lácteos.

Como acontece a comunicação com a população urbana e produtores?
 

A principal dificuldade da Aliança vai ser a comunicação com a sociedade. Com o produtor a comunicação vai acontecer de várias formas, através das entidades de representação, indústrias de nutrição ou pelas indústrias farmacêuticas, então vai ter muito mais gente se comunicando com o produtor. Agora com o consumidor vai ser algo mais complexo, por que esta é uma informação muito específica, que traz uma riqueza de detalhes muito grande, e o consumidor final pode não entender. Temos de ser muito claros e diretos, para que ele não entenda de maneira errada.

Texto e Foto: Diego Silva/Agro Agência e Assessoria

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